Fernando Calmon

Engenheiro e consultor técnico de comunicação e de mercado e jornalista especializado desde 1967. Seus textos são publicados simultaneamente em 35 jornais, revistas e sites no Brasil e no exterior. A coluna - Alta Roda - começou a ser publicada em 1999 e firmou-se como referência no jornalismo especializado pela independência e análises objetivas.

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AUDI PODE IR ALÉM DE Q3 E Q3 SPORTBACK

Postado em 16/12/2021 - 17:41

Retorno da Audi à atividade produtiva no Brasil, a partir do segundo semestre de 2022, parece apenas a confirmação de que a interrupção da linha de São José dos Pinhais (PR) seria temporária, como a empresa anunciou em fevereiro último. Pode significar mais do que isso. Dependerá da evolução do mercado brasileiro e da concorrência acirrada entre as marcas premium.

 

VW e Audi são duas das sete marcas de automóveis que integram o Grupo VW no mundo. Construíram em sociedade a unidade paranaense, em 1999. Depois a Volkswagen assumiu a instalação completa, em 2006, quando o A3 parou. No entanto, a Audi voltou a produzir a partir de 2015 numa área específica, mas já separada dos modelos de alto volume.

 

A nova operação será a partir de unidades semidesmontadas (SKD, na sigla em inglês) vindas da Hungria. A oferta de tração integral quattro exige o motor 2-litros de 231 cv/35,4 kgf.m, também importado, para manter o padrão de desempenho Audi. Por enquanto, só serão produzidos o SUV Q3 e o SUV cupê Q3 Sportback, de porte compacto. Os porta-malas têm 530 litros de volume, os maiores do segmento, segundo a empresa.

 

Está em consideração a possibilidade de expansão futura com outros modelos. A Audi não revelou quanto está investindo agora nesta atividade de retomada de produção. A empresa tem créditos tributários com o governo federal desde o programa Inovar-Auto, que vigorou entre 2012 e 2017.

 

Os preços ainda serão anunciados. A desvalorização cambial, entretanto,os manterá nas alturas.

 

Mercedes homologa autônomo Nível 3 na Alemanha

 

Dois sedãs Mercedes-Benz de grande porte, Classe S com motor a combustão e o 100% elétrico EQS, serão oferecidos a partir de meados de 2022 com Nível 3 de autonomia. A marca foi a primeira a atender a norma técnica internacional UN-R157, mas se limitará por prazo indeterminado apenas à Alemanha, pois cada país precisa aceitar e regulamentar aquela norma.

 

Trata-se de equipamento opcional com preço a definir. Estima-se que custará em torno de 10.000 euros (cerca de R$ 65.000). Denominado Drive Pilot permite ao motorista assistir a um filme, responder e-mails e fazer compras online pela tela multimídia sem precisar tocar no volante regularmente, como acontece com o atual Nível 2. Em utilização urbana a velocidade limita-se a 60 km/h.

 

Em 13.191 km de autoestradas alemãs o sistema também funciona. Em condições normais o motorista só precisa assumir o controle se o Drive Pilot avaliar a necessidade. Obviamente, cochilar não é possível (o sistema detecta). O Nível 3 classifica-se como condicionalmente automatizado.

 

Em caso de acidente, a fabricante só responderá pelo defeito técnico comprovado, pelo menos na Alemanha. Esse ainda é um tema difícil. A Justiça de cada país poderá ter de julgar realmente se o sistema falhou ou o motorista abusou. No Japão a Honda lançou este ano, autorizada pelo governo, um lote de apenas 100 unidades, Nível 3, do topo de linha Legend.

 

A observar se a americana Tesla avançará do Nível 2 para o Nível 3 e pedirá homologação na Alemanha. Nos EUA a regulamentação é por Estado. O site da revista Car and Driver fez, este ano, uma enquete para sondar o interesse dos motoristas em carros autônomos. Dos que responderam, 60% disseram-se “ansiosos por comprar um” e outros 40% “nunca terão”.

 

ALTA RODA

 

HONDA CITY sedã ganhou fôlego com o novo motor de 1,5 L no uso do dia a dia. A fabricante ainda mantém aposta na combinação de motor aspirado e o câmbio automático CVT, mas em algum momento terá de se render ao turbo. Suspensões muito bem calibradas na relação conforto-estabilidade. Volante com boa pega (regulável em altura e distância). Banco alia maciez correta e boa sustentação lateral. Quadro de instrumentos reconfigurável atende a todos os gostos. Há uma porta USB separada com maior potência para recarregar o celular. Porta-malas destaca-se frente aos concorrentes.

 

ÚLTIMAS estatísticas apontam que a caixa automática está em 60% das vendas de automóveis nas capitais brasileiras. Na média nacional, em 50%. Stellantis vislumbrou boa oportunidade ao oferecer agora a primeira picape pequena cabine-dupla, a Strada, também com câmbio automático CVT de sete marchas. Há projeções de que até 15% das vendas totais da Strada, sem um prazo previsto, sejam automáticas. Os preços são elevados: R$ 111.990 (Volcano) e R$ 116.990 (nova versão de topo Ranch).

 

ESTUDO da corretora inglesa Confused.com apontou os 10 automóveis considerados mais bonitos na proporção dimensional de largura e altura, separados por décadas. Um software fez os cálculos. Resultado: McLaren 720S (anos 2010), Lamborghini Gallardo coupé (anos 2000), Mercedes-Benz C111 (anos 1970), Ferrari F355 (anos 1990), McLaren GT (anos 2020), Bizzarinni GT Strada (anos 1960), Lamborghini Jalpa (anos 1980), Plymouth Fury (anos 1950) e Ferrari 166 MM Zagato Panoramica (anos 1940). O único carro não europeu é o americano Fury, em oitavo lugar. Fotos dos modelos podem ser vistas no Google.

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