Fernando Calmon
Engenheiro e consultor técnico de comunicação e de mercado e jornalista especializado desde 1967. Seus textos são publicados simultaneamente em 35 jornais, revistas e sites no Brasil e no exterior. A coluna - Alta Roda - começou a ser publicada em 1999 e firmou-se como referência no jornalismo especializado pela independência e análises objetivas.
Ver artigos deste autorCarros autônomos ainda não têm data certa para se tornarem corriqueiros no chamado mundo desenvolvido. Alguns cálculos já foram feitos para quando essa tecnologia estiver madura e de uso mais amplo: hoje a média é de um acidente fatal para cada 100.000 km rodados pela frota mundial. Quando chegar o nível quatro, chamado de autonomia avançada (um estágio antes da autonomia total), a previsão é de um óbito para cada 10 milhões de quilômetros rodados.
Embora os EUA já tenham avançado no planejamento da primeira estrada para carros autônomos, a cidade de Ulm, na Alemanha, tornou-se centro de teste para sensores utilizados na iluminação pública e tecnologias de conectividade.
Com até seis metros de altura, os postes se posicionam acima do tráfego urbano e proporcionam visão precisa dos cruzamentos. Fornecem informações imprescindíveis que beneficiarão carros autônomos no futuro. Apesar de equipamentos atuais (câmeras, radares e sensores lidar) oferecerem visão 360 graus, a perspectiva do solo nem sempre detecta um pedestre oculto por um caminhão, um automóvel surgindo de repente ou um ciclista se aproximando por trás.
O sistema processa imagens e sinais recebidos dos sensores instalados nos postes, combina-os com mapas digitais de alta resolução e os transmite ao veículo. Lá, os dados são mesclados com informações a bordo para criar uma imagem precisa da situação, incluindo todos os usuários e objetos na rua.
A principal tarefa das comunicações móveis otimizadas não é apenas a transmissão sem fio e instantânea de dados virtuais, mas também o processamento destes dados o mais próximo possível da fonte. A tarefa é realizada por computadores integrados diretamente à rede celular. Eles combinam dados dos sensores que estão nos postes com informações ao redor do veículo autônomo e de mapas digitais altamente precisos. A partir disso, gera-se um modelo da situação do tráfego em tempo real e se o disponibiliza por meio do ar.
No futuro, instalações - como centros de controle do tráfego das cidades - poderão ser equipadas com estes servidores e compartilhar dados com toda a frota, independentemente do fabricante, ou de outros usuários das ruas e estradas. O projeto começou em 2018 ainda com a rede celular atual LTE (4G). Mas com a tecnologia 5G que começa a chegar agora nos países centrais, a transmissão de informações dos sensores terá latência (atraso) extremamente baixa. Tal desenvolvimento tornará o tráfego urbano não só mais seguro, como também mais fluido.
A pesquisa recebeu aporte de 5,5 milhões de euros (R$ 36 milhões) do governo federal alemão e contou com a liderança da Bosch no consórcio e apoio da Daimler, Nokia, Osram, TomTom, IT Designers e das universidades de Duisburg-Essen e Ulm.
MERCEDES COMPLETA SUA LINHA AMG
Com um total inédito de 24 modelos de alto desempenho entre hatches, sedã e SUVs, a Mercedes-AMG acaba de disponibilizar nas concessionárias os médio-compactos hatch A 45 S 4MATIC+ e sedã-cupê CLA 45 S 4MATIC+, ambos equipados com motor novo de 2 litros, 421 cv de sua filial AMG e tração integral. Entre os superlativos destes modelos está a extraordinária densidade de potência de 210,5 cv/litro, sem similar em qualquer outro motor de quatro cilindros produzido atualmente no mundo.
Além do capô baixo e alongado, receberam pela primeira vez a grade específica AMG que tornou o visual ainda mais arrojado. Arco de rodas foram alargados para receber pneus 245/35 R19 e 255/35 R19. Por dentro, além do tradicional bom gosto e ótima ergonomia, foi usado um material refinado vindo da F-1, chamado de Dinâmica (microfibra de alta aderência), para revestir volante e bancos. Ambos podem ter várias combinações de cores externas e interiores sob encomenda.
Um recurso bem interessante, que só deve ser usado por quem tem habilidade e conhecimento para tal, é a função drift. Torna possível deixar tração apenas nas rodas traseiras e forçar o carro a fazer curvas “atravessado”, apenas controlado pelo volante e acelerador.
A velocidade máxima de 270 km/h (limitada eletronicamente). Apesar dos pesos em ordem de marcha de 1.635 kg e 1.675 kg, respectivamente, as acelerações de 0 a 100 km são muito fortes: 3,9 s e 4 s (hatch e sedã-cupê).
TIGGO 8 COMPLETA LINHA CAOA CHERY
O mercado de SUVs médio-grandes de sete lugares é limitado a apenas 5% do segmento. Mas o Tiggo 8 chegou com bom preço (R$ 168.800), espaço interno amplo (terceira fila até oferece certo conforto para dois adultos), motor 1,6 L turbo (gasolina) de 187 cv, 28 kgfm e câmbio automatizado de duas embreagens e sete marchas. Relação peso-potência de 8,6 kg/cv é razoável, suficiente para garantir acelerar de 0 a 100 km/h em 9,9 s.
Pormenores interessantes: volante com regulagem de altura e distância (esta pela primeira vez na marca) e saída dupla de escapamento real (não está lá como enfeite). Faróis de LED, câmeras 360 graus e imenso porta-malas de 889 litros (no caso de cinco passageiros) são outros destaques.